terça-feira, 3 de julho de 2012



Dança

Ele a levou pela mão, se olharam nos olhos.
Ele sorriu confiante, ele sabia como leva-la.
Ela sorriu de volta, timidamente, não estava se sentindo muito segura.
O som começou lento, num choro de sanfona. O primeiro abraço desajeitado, braço trocado, pé pisado, corpo solto. O triangulo entrou na música, o braço achou o lugar certo e as mãos se deram. Quando a zabumba ditou o ritmo, os corpos já tinham se encaixado no ritmado. Dois pra lá, dois pra cá. O jeito veio chegando, tudo acertado. Era o momento de arriscar, separam o corpo, ele levanta um braço sem largar-lhe a mão e a conduz a um giro. “Ok. Deu certo. Calma aí, outro ? Ahhhh, sabia que não ia dar”. Sorriem.
Voltam ao começo da dança, abraço mais perto agora. O braço foi direto ao seu lugar. O encaixe foi fácil. O giro saiu e engatou um segundo. Voltou pra ele num abraço.
Um passo certo, agora é hora de aprender novos passos. Mãos dadas, passo gingado, sorriso estampado. Gira de novo bailarina, gira também seu dançarino. É a ciranda das mãos, dos corpos, sozinha, sozinho, conjunto. Abraça de novo, agora sem dois pra lá e dois pra cá, agora é bem junto, mais perto, girando grudado, bem junto, bem perto, girando grudado, bem junto, mais junto…
Ela já sente calor, e sente o calor dele na coxa dela.
Ele sente suor, e percebe o suor dela na coxa dele.
Os pés não saem mais do lugar, mas os quadris continuam a dançar. Olhos fechados, esfrega perna, rala a coxa, encosta barriga, deita no ombro, mão na bunda, mão na nuca, ta difícil respirar… “Ainda tem música a tocar ?”
Ele puxa pro lado e a coxa dela sobe na dele, é charme. Gira sozinha, ela aprendeu. Dança sozinho, ele é rei. Abraça de novo, gira, gingado, abraça, bem perto agora… A música pára. Ele derruba ela com sua perna, e a segura com seu abraço. Os olhos voltam finalmente a se encontrar. As bocas a salivar, prontas e a esperar…
“Opa! Nova música ?”. Ela sorri…
“Vem que eu te levo…”. Ele sorri de volta…


do blog Poetriz

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